Pressão e ansiedade

É inevitável. As pessoas te acompanham desde a primeira notícia, vibram ao saber do sexo, perguntam se o nome já foi escolhido. Depois de um tempo, só a barriga não é suficiente e começa a pergunta clássica: e o neném? É para quando? Quando chega esse menino? Está ansiosa? Deve ser difícil lidar com toda essa ansiedade, neh?! Está contando os dias? Estamos, sim. Por isso o contador ali à direita, apesar de ser só uma contagem aproximada.

Analisando apenas pelo fato de ter um neném a caminho, acho que tenho mais curiosidade que ansiedade, talvez por nunca ter acompanhado um recém nascido de perto. Também quero saber quão bem feito foi o nosso trabalho: sentir as mãozinhas, o pezinho, ver a bundinha (bundinha de neném é um treco muito fofo), como serão os olhos, a boquinha, se vai mamar feito um bezerro (como a mãe), se vai ser todo sorridente (como o pai) ou carrancudinho feito a mãe.

Curiosidade disso tudo, mas não ansiedade. Entendo o primeiro como “explorar o desconhecido” e o segundo como “querer adiantar o relógio”. Sei que uma hora ele vai nascer. Por mais tentadora que seja a idéia de ficar para sempre no meu ventre.

Apesar disso tudo, já conversei diversas vezes com o Pedro. Expliquei que se a partir das 38 semanas, ele já estiver prontinho, todo formadinho, pode nascer. Não precisa ficar fazendo hora. Mas falei sério, como quem precisa que isso aconteça. Isso porque a única expectativa de melhora real da dor na perna é quando ele nascer. Quem não tem pressa de ser “curado” de uma dor? De dormir sem sofrer? De conseguir andar? De não ter mais crises doloridas que duram horas e simplesmente não ter o que fazer?

Essa é minha ansiedade. Mas ela não se sobrepõe à vontade de ver nosso filho saudável e pimpão. Por isso, vamos continuar na paciente espera.