segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Dor de estimação

Se você já está cansada (o) das minhas lamúrias doloridas, pode pular este post. Já comentei algumas vezes, mas optei por fazer um só sobre isso caso alguma gestante que esteja tão mal quanto venha parar aqui na busca por uma solução desesperada, como já fiz.

Pois bem... antes da gravidez, sempre fui uma pessoa saudável, sem nenhum problema de saúde grave. Não tomava medicamento algum, só tinha passado por uma cirurgia para retirada de um cisto no punho há muitos anos e não tinha problema de coluna. Como qualquer pessoa normal, já tinha dado uma escorregadinha para o lado, uma levantada de mal jeito que deixasse minhas costas doloridas por pouco tempo. Mas sempre foi de leve. No dia seguinte estava zero. A gravidez em si também vai bem. Pedro só que cresce, mexe loucamente e todos os exames estão super bons. Enjôos até o fim do primeiro trimestre, apenas. Agora só os pés inchados de leve, mas nada que atrapalhe.

Então que a partir da 18 semana de gestação comecei a sentir uma dor na lombar, do lado esquerdo. Começou de leve e não dei muita bola, porque a barriga estava mais crescidinha e todo mundo fala do peso dela, que grávida costuma ter problemas no ciático e talz. Foram duas semanas nas quais a dor foi aumentando bem de pouquinho, a ponto de ficar levemente travada. Ainda assim não dei muita bola, porque morava num prédio sem elevador. Eram 50 degraus todos os dias. Achei que fosse o esforço. Nessa época já nem ia mais à hidroginástica. Incomodava.

Mais ou menos pela 20 semana, nos mudamos para uma casa sem escadas e com mais espaço. O que era para ser ótimo marcou uma nova fase muito triste. Durante a mudança, nada de esforço. Só pegava os objetos médios e pequenos e encaixotava sobre uma mesa. Ainda assim, não deu. Na noite anterior à mudança, enquanto arrumávamos as últimas coisas, tive que deitar. Não agüentava de dor.

Nesse mesmo dia, à tarde, tive uma consulta com o GO que não deu muita bola para a dor, apesar de implorar para que me ajudasse... receitou buscopanDuo. Tomei a caixinha inteira e nada. A essa altura, a dor era na virilha, dava para perceber que era num nervo bem no meio, num lugar que não dava simplesmente para apalpar, mas já não conseguia mais subir escadas normalmente e mancava de leve para andar. Os piores movimentos eram de sentar e levantar. Se estava deitada e precisava levantar a perna esquerda, era impossível.

Ah! Esqueci de falar, mas quando a dor ainda estava mais leve, experimentei tomar paracetamol 500mg. Não fez nem cócega.

Estava sem posição. De todos os jeitos doía. Sentada, deitada, em pé, movimento era pior ainda. Como estava longe de conseguir algum efeito positivo, bateu um desespero. Minha mãe conversou com a médica dela que indicou citoneurin 500. É basicamente vitamina, mas tentei também e nada. Num blog de gestantes, vi que é comum grávidas terem dor pélvica, mais que dor ciática, devido ao reposicionamento da pelve proporcionado pelos hormônios que deixam nossas juntas mais “frouxas”. O mesmo blog falava de exercícios leves, alongamentos e tal. Tentei em vão fazer algum alongamento em casa. Não dava. O GO indicou 10 sessões de fisioterapia que eram compostas de leves alongamentos e um tempo de aparelho de choquinho leve. Impossível fazer mais que isso sem atingir o bebê. Resolveu? Não. Dava um LEVE alívio por mais ou menos uma hora. Só.

Nisso já tinham se passado três semanas de dores cada vez mais intensas. Meus dias se resumiam a ficar sentada ou deitada, sendo que para dormir na cama é loucamente pior. Cada vez que vou me virar dói absurdamente. E quando bate a vontade de xixi no meio da noite? Desesperador. É muito triste admitir isso, mas cheguei até a cogitar uma cesárea com 20 e poucas semanas, em plena madrugada e sentada no vaso sanitário. Sabe o que é uma pessoa que está movendo mundos e fundos para ter o parto mais natural possível cogitar uma cesárea assim? Desespero, minha gente, desespero.

Num dos piores dias de dor, implorei para a fisioterapeuta uma saída, ela ficou de conversar com meu GO. No mesmo dia que consegui uma consulta numa osteopata muito boa de Maringá, fiquei sabendo que a indicação do GO foi fazer uma infiltração de corticóide. Deu medo. Não quero dor, mas também não quero uma coisa tão forte assim que possa atingir o neném.

Optei pelo tratamento com a osteopata. Já fomos a duas consultas. A explicação para o problema é amplo. Provavelmente já tinha alguma coisa na coluna que não estava muito bem. Em uma situação normal, o corpo deixa passar, mas na gravidez, quando tudo fica no limite, agravou. O nervo que dói é o femural, junto com ele, toda a musculatura que está ligada à coluna, mais ou menos na altura da lombar e também vai para a perna. É uma situação adversa, então o músculo fica contraído o tempo todo (sabe uma cãibra permanente?), gerando ainda mais dor. É isso mais um monte de coisa.

Na primeira consulta ela manipulou várias partes do corpo, focando na coluna. Saí de lá com uma dor ardida na virilha. Mas disse ser normal, em dois ou três dias, melhoraria. E melhorou. Na mesma semana não tive tanta dor para sentar e levantar. Ainda mancando (e quando digo mancando não é de leve, é algo feio, que não me encoraja nem um pouco de sair na rua - nem aguento isso. Nos dias um pouco melhores, andar uma quadra precisa do mesmo esforço de uma maratona e no fim do dia rende aida mais dor), mas qualquer melhora já anima. Na semana passada fomos para uma segunda sessão. Ela mexeu mais na bacia e lombar. A consulta foi na quarta-feira passada (14) e infelizmente até agora não melhorou nada. Desde sexta-feira, se fico muito tempo sentada (o que antes era um alívio), na hora de levantar, a dor vem tão forte que aguento andar menos ainda. Para ajudar, agora também dói a lombar do lado esquerdo.

A novela está longe de acabar, pelo jeito. A osteopata disse que quer resolver o meu caso até o fim de ano. Ou seja, mais duas semanas. Quero muito, mas muito acreditar no tratamento dela que não envolve química nenhuma, mas está difícil. Hoje mesmo é um dos dias desesperadores. Se até o dia 5 o negócio estiver desse jeito, infelizmente vou ter que partir para o corticóide. É uma péssima saída, mas se sentir uma pessoa inválida e não conseguir curtir este lindo momento que é gerar uma vida, é igualmente ruim.

Irei atualizando este post conforme tiver alguma novidade. Espero que boa.

6 comentários:

  1. Nossa, Bruna... qualquer comentário é inócuo agora.. toda saída que pensei tomar, caso fosse com a gente, ia sendo apresentada no parágrafo seguinte =/.
    Desejo, de coração, que seja temporário e que esse tempo já esteja no fim.
    É tudo que queremos, poder aproveitar a gestação estando bem.
    Se tiver algo que possamos ver aqui em Londrina, me dê um toque.
    Um beijo.

    ResponderExcluir
  2. Bruninha...posso fazer 2 coisas: Falar com meu pai (vejo se ele já viu um caso desses e peço opinião) e a outra coisa é orar e pedir para o papai do céu aliviar a sua dor. Assim que eu conseguir falar com meu pai eu te escrevo tá??
    Bjus ...

    ResponderExcluir
  3. Melina: obrigada pela força.
    Mariana: Deus anda precisando fazer horas extras, viu!? hehhee Mas a ajuda dele é fundamental, em último caso pelo menos para o Pedro vim bem saudável.

    ResponderExcluir
  4. Bruna do céu, eu passei por isso mas foi bem menos do que vejo nos seus relatos. Tomara que você consiga acabar com essa dor, porque o Rogério tem problema no ciático e eu vejo o quanto ele já sofreu. Eu usei corticoide há poucos dias, mas por outro motivo (também tive problema no ciático por algumas semanas, de vez em quando ainda me incomoda, mas os alongamentos e exercícios do pilates me curaram e também fiz compressas quentes duas a três vezes por dia, além de massageador na lombar e no músculo "nadegal", onde repuxava e doía o nervo, daí sempre acaba passando, graças a Deus). Pelo menos o medicamento que usei (via injetável e por sete dias) todos os médicos me garantiram que não prejudica o bebê. Espero que não, pois tenho tomado tanto remédio nessas últimas semanas que fiquei com pavor. Mas a médica disse que seria muito pior para o bebê se eu não tomasse, então tive que aceitar quietinha e usar, torcendo e rezando para que Danilo esteja muito bem mesmo depois de tanto remédio... Boa sorte pra você.

    ResponderExcluir
  5. Nossa Bruna!!!! Imagino como deva estar sendo terrível...eu tenho uma dorzinha nas costas que ja me irrita....

    Qualquer coisa que precisar pode contar comigo... Até mesmo se precisar de uma companhia ou uma caroninha enquanto o Marcus estiver trabalhando tah!!?? Abraço p vcs dois!!! Estou torcendo para vc melhorar logo!!!

    ResponderExcluir
  6. Meninas, obrigada a todas pela força. Estamos na torcida por uma melhora!!

    ResponderExcluir