quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Mãe que defendia parto residencial morre após dar à luz filha em casa

Reproduzo aqui o post da Line, do Mamãe Moderna sobre uma notícia que está rolando hoje. Compartilho a opinião e argumentos da autora:


Acabei de ver essa notícia no portal de notícias da Globo:
 

"Mãe que defendia parto residencial morre após dar à luz filha em casa”

Uma mãe que era defensora dos partos feitos em casa morreu após o nascimento de Zahra, sua segunda filha, em Melbourne, na Austrália. Caroline Lovell tinha 36 anos e estava na companhia de parteiras. Paramédicos chegaram a ser convocados, mas ao chegarem na casa da australiana já era tarde. As informações são do jornal britânico "Daily Mail".

Durante a vida, Caroline lutava pelas parteiras e procurou garantir financiamento e indenizações a elas junto ao governo australiano. Para um grupo que representa as parteiras em Melbourne, a morte de Caroline foi um choque, mas um caso raro e que não invalida o parto feito em casa, sem o auxílio da estrutura de uma maternidade ou hospital.Uma investigação sobre a morte de Caroline será conduzida na cidade. Pouco antes da morte, ela havia afirmado que chegaria a fazer um parto sem nenhuma assistência caso as parteiras não recebessem proteção legal. A australiana acreditava em partos residenciais pela vantagem de poder conhecer melhor a parteira que irá tirar o bebê de dentro do ventre.Uma ambulância ainda tentou levá-la para o Hospital Austin, em Melbourne, mas Caroline morreu no dia seguinte à internação."


Como uma mãe que teve filho num parto domiciliar e que defende a causa, quero dar minhas considerações:

Primeiramente fiquei muito triste com a notícia, afinal a morte de uma mulher de 36 anos é muito triste. Fiquei entristecida pensando nela e pensando na família, no esposo, nos filhos, principalmente na recém-nascida, que não vai ter colinho de mãe, mamazinho de mãe, carinho de mãe... e quando entender o que aconteceu ainda pode se sentir culpada por sua morte.

Depois comecei a prestar mais atenção na notícia, fui ler o que as pessoas estavam comentando. Poxa, que texto mal escrito e mal traduzido! Começa falando que ela morreu logo após o nascimento, que quando os paramédicos chegaram já era tarde, depois tentaram levá-la para o hospital, e termina falando que ela morreu só no dia seguinte.

Em seguida veio a indignação... Fazem questão de deixar bem claro que ela morreu (não se sabe o motivo) por causa do parto domiciliar, e se fosse num parto cesariano com certeza nem viraria notícia! Duvida?!

Quantas reportagens você leu no ano passado sobre morte de mulheres em partos? Poucos. Mas você sabia que em 2011 morreram 58.354 mulheres no parto no BRASIL?

O Brasil não alcançará a meta do milênio para a queda de mortalidade materna pactuada por 150 países que fazem parte da ONU. Nos últimos onze anos, quando o mundo viu uma redução anual de 3,6% nesta estatística, no Brasil o ritmo foi de apenas 0,3%. Se continuar nesse nível, a meta que era para ser alcançada em 2015 só será alcançada após 2040.

Wang, um dos pesquisadores sobre o assunto apontou dois motivos para para essas taxas tão baixas de redução da mortalidade materna: A gripe H1N1, que em 2009 foi responsável pela morte de muitas gestantes, e pela alta percentagem de mulheres que fazem partos cesarianos, nos quais há maior risco de complicações que podem levar à morte.

Na saúde suplementar, o índice de cesárias chega a 90% e, no Sistema Único de Saúde, a 37%. O recomendado pela ONU é de, no máximo, 15%. O secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde Helvécio Magalhães contesta o artigo. Nossa expectativa é que, com a Rede Cegonha, a taxa de queda se acentue, afirma. A cesariana está mais associada a complicações.

Agora sim, tire suas conclusões diante de fatos comprovados, estudos, pesquisas, índices, e não numa reportagem mal escrita, mal traduzida e tendenciosa!

Passar bem!

2 comentários:

  1. Que absurdo!
    Mas com certeza não foi por que ela pariu em casa, alguma coisa mais grave teve ai.
    Beijos

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  2. Meninas, nao resta dúvida que um parto em casa é menos seguro... Claro que existem milhares de chances de dar certo, se correr tudo bem. O problema é o "se". Pode não correr tudo bem e aí a melhor coisa é estar pertinho de todos os cuidados. Não podemos descartar completamente o risco.
    Não é a toa que a Gisele Bundchen teve seu maravilhoso parto natural em casa com um helicóptero UTI pousado no seu prédio, caso precisasse...
    Vivi

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