[mais uma] Angústia

Preciso contar. Provavelmente não vai resolver muita coisa, mas colocar pra fora sempre ajuda e é por meio do blog que tenho contato com muita gente que gosto.

Depois da novela de visitação a hospital, discussão de procedimentos e tal, estava decidida: teria o nosso filho num lindo parto domiciliar. Tinha certeza disso. Já conhecia a equipe que faz isso em Maringá que fica só há 90km de distância. Achei que seria tranqüilo acertar tudo. Comprei uma piscina inflável e me preparei muito, mas muito psicologicamente. Só que era final de ano e decidi esperar para ligar para a equipe no início de 2012. Logo de cara a enfermeira obstetra já descartou, pela distância. Não poderia fazer um atendimento a contento, está mexendo com o mestrado e talz. Meu mundo veio ao chão, mesmo.

Liguei para a doula (a única que topou até agora), comentei dos outros nomes de enfermeiras que atendem PD lá e a que liguei era a única que tinha mais possibilidade. Isso foi num sábado à tarde. A partir daí, foi só angústia. Sabe quando você tenta se concentrar em outro assunto, você pode até falar de outro assunto, mas o que está na sua cabeça é outra coisa? Então.

Sei que acordei às 4h e nada de dormir. Resolvi apelar para a rede de contatos: conhecidas grávidas, conhecidas formadas em enfermagem e acabei achando uma professora da faculdade de enfermagem daqui que tem especialização em enfermagem obstétrica. Acho que é esse o nome. Santo facebook!

Nesse momento, o que tinha na cabeça era: ter o parto domiciliar lindamente, como tanto quero ou, em último caso, ter alguém para acompanhar a evolução do trabalho de parto, de forma que quando estivesse com uns 9 de dilatação (neném costuma nascer com 10), iria para o hospital. Aquele mesmo que não me deixaria curtir o trabalho de parto perto do meu marido e que não tem estrutura humanizada. Só que está longe de ser o MEU ideal. Ainda correria o risco de episiotomia desnecessária, de procedimentos que não quero com o neném, de ouvir o que não preciso da equipe, de ser obrigada a parir deitada e sempre tem o fantasma da cesárea.

Terminou que a professora respondeu que estava de férias e tal dia estaria na cidade. Esse dia Foi há dois dias. Tentei me controlar e não mandar mais mensagens, mas não agüentei. Cada pessoa que para aqui em frente de casa, acho que é ela. Cada vez que chega mensagem (e é a TIM falando do infinity), acho que é ela. Mas não é. Tudo bem, a pessoa não tem obrigação nenhuma de nos atender. É que estou realmente muito, mas muito preocupada com isso.

Daí que não sei o que fazer. Infelizmente vejo cada vez mais longe a possibilidade de termos o nosso PD. Hospital parece inevitável, mas não quero, não quero, não quero!

Estou com medo desses sentimentos, porque criei uma rejeição (que já existia, mas aumentou) muito enorme a hospital. Se começo a pensar em como seria nossa hora lá, chega a dar um negócio ruim... Será que estou supervalorizando? Mas é a MINHA saúde, porque não pode ser com o respeito que mereço?

Ai gente, tá foda. Não queria contar nada disso, queria guardar para depois de o neném nascer, para um relato de parto bem emocionante e com final feliz, mas não estou agüentando.

Sinceramente não sei o que faço agora. Se consulto uma outra indicação de médico de CM que seria mais a favor do PN (mas ainda assim, tem o bendito hospital), se vou em um GO em Maringá, se simplesmente faço o pré-natal aqui e vou ter o neném com plantonista no HUM, onde tem uma estrutura semi-humanizada... Queria decidir, queria me livrar disso para pensar adiante, em amamentação, em cuidados com o neném. Mas não consigo. Já sugeriram até alugar uma casa em Florianópolis e ter com um pessoal de lá que é bem famoso por PDs. Seria lindo, se não fosse tão longe e agora o $ não dá. Na verdade queria muito ficar onde estamos, onde moramos.

Acho que de todos os blogs de maternidade, o meu é o mais trágico =/ Me desculpem. Se quiserem voltar daqui uns três meses, acho que a leitura será mais agradável.