quinta-feira, 12 de abril de 2012

Mãe de merda feelings

Não gostou do nome? Pode ser blues puerperal, também. Mas é que esse nominho chique, com ares gringos não dá idéia do que está por vir. O negócio é que não bastassem todos os altos e baixos hormonais da gestação, depois que o neném sai, o bicho ainda pega nervoso.

É uma melancolia que pode durar alguns dias ou semanas. Não confunda com depressão por-parto, que é oooooooooutra coisa.

Por aqui o negócio bateu ainda no hospital. No primeiro dia. Via todo mundo pegando o nosso filho no colo, o pai levando para trocar fralda, acolhendo quando ele sofria para expelir o mecônio (capítulo à parte) e o que eu podia fazer? Ficar deitada, porque estava com a barriga costurada. Acho que aqui entrou um pouco da dor psicológica que falei da recuperação da cesárea.

Daí viemos para casa e as duas primeiras noites foram especialmente complicadas. O neném que no hospital ficava no bercinho numa boa, aqui parecia estar deitado sobre espinhos. Mamava, dormia, colocava lá e nada. Choro, muito choro, não sabia o que fazer. Ai que vontade de morrer! Pior é que até essa vontade era pela metade, porque quando você está por sua conta e risco, quase tudo bem pensar isso, mas quando você tem um serzinho que depende da sua vida, não dá. Daí a sensação era pior ainda. De dia não melhorava muito e ainda juntava com o cansaço master da noite mal dormida. Impotência era o que sentia, junto com desespero.

Mas aí é que tá. Sabe TPM, quando você enlouquece, mas sabe que aquilo vai passar, que não está no seu estado normal? Então, por mais que desse uma crisesinha de choro (e o marido pacientemente ampara nessas horas), sabendo que é momentâneo, melhora.

E outra: a humanidade está aí tendo filhos há tanto tempo e aparentemente as mães sobrevivem. Então tem que dar certo, neh?!

Ainda bem que hoje em dia tem pré-natal, Babycenter Brasil e Google. Tenho dó das mães de antigamente que não tinham toda essa informação. Quando você sente alguma coisa ruim, mas sabe que vai passar e sabe o motivo, é suportável.

E agora? Como estamos? Olha, já se passaram mais de 10 dias, o neném me acorda à noite a cada 2h30 ou 3h para mamar, o cansaço ainda existe, mas estamos entendendo ele e ele nos entendendo também. Melhorou muito, mas muito mesmo e acho que a tendência é simplesmente sumir e justamente esse cansaço acaba fazendo com que, no final, a gente lembre de pouca coisa ruim, só enxergue um serzinho fofo que merece cada minuto que a gente pode dedicar a ele.

5 comentários:

  1. Pois é, não tem lembrado nem quantas vezes ele mamou e trocou fralda de madrugada... sinal q ta melhorando... ehehehhehe =)
    ;)
    :**

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  2. Adorei seu texto Bruna e certamente tudo vai passar...talvez até sinta falta desses momentos ainda! Abraço...
    p.s. e sabe que pode contar comigo se precisar....é só chamar e gritar! rsrs
    Ju

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  3. Ahh normal..vai melhorar até sumir!! Acredita que tive junto com esse periodo que vc descreveu belamente, uma terrível crise de dor na cervical de descia por todo o braço direito...regalo da cesária...e me deixa alucinada de dor...alucinada. Quando eu chorava de desespero..até descobrir o que era...diziam me que eu tinha depressão pós parto....tipo interna essa doida!!! Eu tentava me explicar...mas desisti até o diagnóstico correto me ser dado. Ainda bem! bjos

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  4. Bruninha, sabe que este é justamente o maior temor que tenho? Não temo a gestação nem o parto, penso que esta adaptação junto com a alteração hormonal é que deve ser muito difícil. Mas como sempre seu texto é lindo e carregado de bons sentimentos que dá até vontade de fazer um neném por aqui! hehehe
    Bjusssssssss

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  5. A parte mais difícil é entender o que o choro quer dizer... Nada de vir com essa história de que chorar é normal, não é e ponto final. Quem chora sente falta de alguma coisa, sente dor, tem algo errado. Eu tive depressão, então isso dificultou absurdamente a identificação do problema, nem lucidez pra tentar os itens básicos (fome, fralda, frio, claro, etc...) eu tinha... Boa sorte e muita lucidez pra vc amiga! beijo Tati Simon

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