terça-feira, 10 de abril de 2012

Recuperação da cesárea

Há um tempo procurei informações reais sobre recuperação da cesárea. Reais porque o que achei foi “é tranquila”  “dói um pouco”... queria mais. Por isso vou falar da minha experiência.

A anestesia usada foi a raqui. No centro cirúrgico perguntei ao anestesista como era a recuperação, o que podia e o que não podia fazer, porque sempre ouvi horrores da bendita. Ele falou que hoje em dia é mais tranqüilo, que não tem mais essa história de não poder levantar a cabeça. Tipo, não dá pra ficar em pé, pulando num pé só, mas dá pra levantar um pouquinho, colocar um travesseiro e talz. Beleza.

Picadinha para anestesia local. Picadinha para a aplicação da anestesia. Você não sente dor, mas sente uma leve pressão e a impressão é que a agulha tem 70cm. Daí vai liberando o medicamento e fica tudo azul.

Obviamente o procedimento em si não dá pra ver. Um pano fica bem próximo ao rosto. Mas desculpaê, não quero ver minha barriga arreganhada tão cedo. Para abrir e tirar o neném foi rápido. Não sei dizer quanto. Para fechar demora mais um pouco, mas nada demais, também.

Fui direto para o quarto para a recuperação, de camisola sexy. Meio que cochilei nas próximas duas horas. Claro que tentei mexer os pés antes disso. Claro que não consegui. Sei lá de onde para baixo estava insensível. Depois dessas duas horas, pernas mexendo, mexi a cabeça de um lado para o outro. Já pode trazer o neném? Sim. Marido veio com ele do berçário. Virei o corpo de lado com um certo medo. Aí é que tá. Não sei até onde a dor é física ou psicológica. Tinha medo de me mexer e encontrar todos os meus órgãos sobre a cama, em seguida. Mas deu para me virar numa boa, devagarzinho. Pedro mamou de ladinho e deitado na maior felicidade. Também passei a usar travesseiro depois disso.

Daí em diante tudo foi acontecendo aos poucos. Perto da hora do almoço fui tomar banho (sentada). Bainho bem de gato, mas tudo bem. Tive que voltar meio rápido para a cama, porque veio uma ânsia danada. Mas foi deitar e passou. Mais tarde o médico veio ver se estava tudo bem e aconselhou que andasse devido aos gases. Gente, quanto ar! O neném saiu, mas fica uma barriga de uns 6 meses. Ok, tem o útero que ainda não diminuiu e os outros órgãos que estão voltando no lugar, mas é muito vento! Ainda assim, me recusei a andar no primeiro dia. Só fui até o banheiro para um xixizinho básico, que também foi estranho. Depois de tanto tempo com xixi à prestação, você ter espaço na bexiga para um tanto maior... nossa! Alívio! Daí quando acabou, deu uma dorzinha por dentro. Acho que é a reorganização.

Quando levantava, não sentia que a barriga ir cair ou outras sensações que ouvi. Era normal. Só tinha medo de abrir tudo e era sempre muuuuuito lento para não dar problema. Acho que até o quinto dia, às vezes, precisava de uma ajudinha para sair da cama, na hora de levantar o tronco.

No segundo dia, andei bem mais. Ereta! Fui até o berçário acompanhar banho e troca de fralda... só evitava andar com ele no colo e andar assim. Mas no quinto, quando saímos do hospital, já fazia tudo isso. O peso do neném não incomoda.

E o inchaço nos pés? Geeeeeeeeeeeente!!! Apareceu só no segundo dia, mas minhas pernas e pés ficaram imeeeeeeeeeeensos. Diz que dão três litros de soro para a anestesia não dar dor de cabeça e o corpo demora um pouco para expelir. O meu levou uma semana para voltar ao normal.

Ainda não contei, mas tem um personagem importante da recuperação: o absorvente de elefanta! Na verdade é pós-cirúrgico, mas o negócio é grande, mesmo! Nos dois primeiros dias, o sangramento foi um pouco maior e teve que ser ele, depois o noturno dava conta. Segundo o médico, pelos próximos quarenta dias vai rolar uma quase-menstruação. Mas vai diminuindo... É engraçado, porque bem enquanto amamento, sinto o útero contrair e o sanguinho descer. Tá, o relato está ficando detalhado pra xuxu.

Também não dá para deixar de falar dos medicamentos. Anti-mil-coisas. Nunca tomei tanto laxante na minha vida. Estava bem tranquila quanto ao funcionamento do intestino, mas parece que era questão de honra para a equipe do hospital, ehehehehe mil doses de luftal e um negócio oleoso, doce e com gosto de abacaxi. Funcionou. E é preciso dar o braço a torcer: com o abdome costurado você fica meio assim de fazer força. Uma ajudinha é bem vinda.

E a barriga? Hoje, no 13 dia, está quase normal. Ou normal mesmo, já que nunca tive um abdome tanquinho, heeheheh Não usei cinta ou faixa. Não senti necessidade.

Os pontos não vi, nem ouvi falar. Usaram a linha que é absorvida pelo organismo e segundo o GO, fizeram pontos internos. Daí pergunto: como que fecham por dentro um negócio que é externo? Sei lá, nem vou atrás de saber, porque essas coisas me dão arrepio. A cicatriz até olhei no espelho, mas não deu pra ver nada. Acho que é discreta, mesmo.

Ah! Já lavei o cabelo trocentas vezes, molhei os pés, lavei louça, comi carne suína e de peixe e to viva, te juro!

Resumindo: não é um bicho de sete cabeças. Você sobrevive, mas tem os cuidados normais de uma cirurgia, neh?!

Nenhum comentário:

Postar um comentário