Daí que virei mãe também, neh?! E acho que entendi o início
de tudo: a amamentação.
Mensalmente você vai na pediatra para ouvir o que? Cresceu
tanto, ganhou tanto de peso. Tem coisa melhor que saber que tudo o que o seu
filho precisa de alimento é produzido por você, naturalmente, sem conservantes,
feito na hora, na medida certa e já vem com um monte de vacinas? Gente, é bom
demais!
Daí, durante a gravidez, a pessoa busca informações sobre
amamentação e descobre a livre demanda
que é lindo e perfeito: deixa ele mamar o quanto e quando ele quiser. Daí você
descobre que o início da mamada é basicamente água, para hidratar e o que nutre
é o final do leite, por isso que é importante oferecer os dois seios.
Ah minha filha, mas o que não te contaram é que para
amamentar você precisa estar acordada! Ou seja, diga adeus a noites dormidas inteiras. E se o seu neném for um tourinho como o
nosso, vai ficar ali, se nutrindo por 1h30 ou 2h durante a madrugada, a cada
2h, no máximo 2h30. Como você fica nessa história? Com olheiras, ué! Durante o
dia é a mesma coisa. Você pode até ser muito foda e conseguir amamentar com o
wrap sling (o que ainda não tive coragem de tentar, sou uma slingueira iniciante), daí
fica com as mãos livres para fazer outras coisas. Mas por aqui, o dia é
mamadas, mamadas e mais mamadas. Quero acreditar que UM DIA vou conseguir
cozinhar e fazer outras coisas... um dia! A parte interessante é que você pode descobrir que tem um galo na vizinhança que canta a partir das 3h ou alucinar que está amamentando, quando está só segurando uma almofada e o neném chora ao lado.
Não, não estou dizendo que acho ruim amamentar e nem quero que o Pedro mame menos. Quero só me adaptar a essa nova realidade.
Sabe outra coisa que não tinham me contado? Amamentar
esssssssssquentaaaaa. Parece que você está numa sauna louca! E a sede? Se na
gravidez tomava litros de água sem nem sentir sede, só pela necessidade, agora
é sede 24h. Parece que peregrinei no deserto por uns três meses. E o suor
também muda, viu?! Sei lá, fica diferente.
Ainda no berçário, chupando a mãozinha, com a maior fome
Tivemos só um sustinho que foi no segundo dia em casa,
quando fui dormir me sentindo bem mal, com calafrios, sensação de gripe braba.
Daí lembrei que a pediatra do berçário comentou sobre o ingurgitamento que
poderia acontecer quando fosse para casa. Como o Pedro mamava a cada hora nos
últimos dias de hospital, graças ao banho de luz, a produção estava lá em cima.
Quando o ritmo voltou ao normal, tinha leite demais para neném de menos. O
resultado foi peito bem dolorido. Mas concentrei a mamada no que incomodava e
no dia seguinte já não tinha mais nada.
Mas encho a boca pra dizer que desde a primeira vez que
chegou perto do peito, quando voltei da anestesia, o Pedro pegou certinho,
mamou forte e ainda o faz. Ele nasceu na quarta e no domingo demos adeus ao colostro ;) Essa força que de vez em quando dá trabalho. Tem
hora que briga com o seio, dá bicadas tipo pica pau, empurra com as mãozinhas,
chuta a barriga da mãe (bem onde estão os pontos, olha que coisa boa!), tudo
porque é muito afoito. Só que a criatura vai com tanta sede ao pote que nessas
horas acaba engolindo ar. Resultado? Trabalho para expelir depois. Quando arrota,
beleza. E tem hora que são umas quatro vezes por mamada. Mas quando sai por
baixo dá um trabalhinho. Não estou falando daquelas cólicas clássicas, mas ele
se contorce um pouco. Quando sai, fica tudo azul, ou melhor, mostarda =)
Primeira mamadinha com direito a rostinho tão afundado no peito que quase não respirava
Por último e não menos importante: quer ajudar uma mãe que amamenta?
Então ofereça a ela um cantinho confortável, com apoio para os braços, com tranquilidade de sobra e um copo d`água.
Por favor, não fique dando pitacos desnecessários como "Nossa! Ainda?!" "Ah! Mas ele está só brincando!" "Desse jeito vai engordar demais" "Credo! Mas é esganado, neh?!".
E lembre que seio que amamenta é que nem barriga de grávida: tem um neném fazendo uso, mas continua sendo a parte do corpo da pessoa, então faz o favor de não ficar encarando. O nome disso é falta de educação.
Bruna,
ResponderExcluiré uma delícia acompanhar seus posts, lembro dos primeiros dias do meu Pedro (pois é, acho que temos muito bom gosto!) e dá uma saudade.
Estou na correria, meio sem postar e comentando muito pouco. Mas é muito bom saber que está dando tudo certo por aí.
Seu filho é lindo!
Rafaela